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Ingestão de óleos essenciais

Um tema polêmico que dá o que falar, ingerir ou não óleos essenciais.

Pode ou não? É seguro?


Óleo essencial pingando numa colher
Ingestão de óleo essencial


Quando comecei estudar aromaterapia, iniciei por uma escola que não queria ouvir falar em ingestão, curiosa que sou fui em busca de outros cursos para entender porque alguns defendiam e outros repudiam.


A primeira coisa que percebi é que essa polêmica é histórica e começa além mar, dizem que a aromaterapia se divide em duas vertentes, a francesa que defende a ingestão de óleos essenciais, mas dizem que não tão banalizado quanto imaginamos por aqui, até porque muitas vezes é praticada por médicos e a inglesa que tem seus fundamentos baseados na figura de Marguerite Maury que era enfermeira e portanto não poderia sugerir a ingestão e seguiu uma linha de cuidados através de uso tópico ou inalação, mas que defendeu sempre a prescrição individual.


Independentemente dessa polêmica, a primeira coisa que temos que levar em conta é a grande quantidade de princípios ativos presentes em uma gota de óleo essencial. Tanto que dizemos na aromaterapia que uma gota de óleo essencial equivale a 25 xícaras de chá da planta. Apesar de muitas pessoas criticarem, eu vejo essa citação como um exemplo, sim podemos até chamar de simplista e genérico, mas serve para conseguirmos explicar rapidamente as pessoas, independentemente do nível de conhecimento dela, qual a potência terapêutica de uma gota de óleo essencial. Já que culturalmente não estamos acostumados com menos é mais, e essa é uma máxima da aromaterapia.


A segunda questão talvez uma das mais importantes é que na maioria dos casos, e olha que eu atendo há mais de 10 anos, não há necessidade real de ingestão dos óleos essenciais. E nos diminutos casos onde há indicação de ingestão, ainda há inúmeros fatores a serem avaliados antes de chegar ao ato da ingestão propriamente dito.


O óleo indicado para aquele quadro, pode ser ingerido? A pessoa em questão pode ingerir, e aqui entram inúmeros fatores a serem avaliados, como:

- idade, trata-se de um adolescente, idoso ou adulto.

- condição física/metabólica: é uma pessoa saudável, debilitada, está grávida, qual o peso dessa pessoa.

- quadro clínico: quais são as questões de saúde e os remédios, pode haver contraindicações, pode haver interação medicamentosa, que precisam ser avaliadas.


E caso esta pessoa esteja apta a fazer o tratamento via ingestão, ainda é preciso definir a posologia, a forma de ingestão, existe algum veículo carreador que possa ser diluído e colaborar para o quadro, é necessário encapsular e por quanto tempo o tratamento deverá ser feito e tudo isso vai variar também de acordo com o óleo em questão. Ah e não podemos esquecer algo que não é menos importante, a qualidade do óleo essencial que deve ser extremamente confiável, para que possamos ter os efeitos desejados. Já que adulteração de óleos é algo de uma criatividade sem fim, e para além desse mero artigo.


Agora te pergunto está pronto para fazer toda essa análise, você conhece profundamente a ponto de prescrever ingestão?

Você acha que a indicação de ingestão pode ser feita por redes sociais, videozinhos, numa loja ou por um "consultor"?

Isso é o que chamamos de prescrição individual, por isso falamos que aromaterapia não é para o quê, mas para quem. Por esse motivo eu evito dar receitas no blog.


Quando consumimos um produto indiscriminadamente ou tentamos alopatizar o natural, corremos alguns riscos, pode ocorrer casos de uma simples ardência, uma sensibilização, uma intoxicação até uma hepatotoxicidade, isso só para citar alguns riscos.


Quer usar óleos de uma forma preventiva, uma boa solução é aprenda a fazer o uso culinário com diluição previa como falei no post "Como utilizar óleos essenciais na gastronomia."


Quando avaliamos a real necessidade, vejo que temos diminutos casos de indicação de ingestão, porque a maioria das pessoas hoje sofrem da alma, basta avaliar o número de pessoas com depressão, estresse, burnout, pânico, enfim. O físico está apenas somatizando as dores que vem de uma outra esfera muito mais profunda. Mas culturalmente as pessoas acreditam que tomando algo, suprimindo os sintomas seus problemas vão sumir, vão se resolver, então se não quero sentir dor vou tomar um analgésico. Os sintomas são sinais expressão de uma alma insatisfeita no nosso corpo e além de camuflar a dor, também temos a crença de que para fazer efeito e ser efetivo devo "ingerir algo".


Agora quando falamos em trazer bem estar e cuidar da alma, os óleos são excelentes e não via ingestão. Cuidar da alma dá trabalho e muitas vezes exige dedicação do terapeuta mas em especial do interagente, é um trabalho do que chamo e já escrevi aqui sobre a tríade terapêutica.


Para finalizar trago uma frase do querido Gabriel Mojay, "Pouco importa se de fato existe uma escola francesa ou inglesa, isso é uma cortina de fumaça para distrair as pessoas, que prezam pela segurança, feita por aromaterapeutas. Aromaterapia é uma coisa só, seja oral, seja tópica, seja vibratória."

Admiro e concordo com Gabriel, a aromaterapia é ampla e se utilizarmos de forma segura ela poderá se perpetuar por muito tempo, nos ajudando a alcançar saúde e bem estar numa perspectiva muito mais ampla do que amenizar sintomas.

E fica ligada no blog, vou falar sobre as vias dérmicas e olfativas que são tão desprezadas por alguns.



Abraços,


Janaina Sauer Rosa

Aromaterapeuta certificada pela Abraroma P245-C004

Terapeuta Holística - Sinaten CTN/SP 02391

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